O cão que guarda as estrelas

 
            Logo na sua abertura, vemos um policial encontrando um veículo com dois corpos, um homem morto há algum tempo e um cão morto recentemente – daí você já sabe que teremos uma história melancólica pela frente. 

Na primeira história, vemos um senhor, um patriarca que perdeu seu trabalho, sua casa e sua família mas nunca perdeu seu leal cão, Happy acompanhamos os infortúnios deste senhor pelos olhos ingênuos do cachorro. Para Happy, tudo o que importa é o tempo que ele passa ao lado do seu dono. Quando o senhor perde o emprego, por exemplo, o cão está muito feliz por ter suas caminhadas durante o dia; quando os dois tem que viver no carro do senhor, tudo que o cão vê é uma “viagem divertida.” Só estar na presença do seu dono é suficiente. Todo o resto é apenas um detalhe.

O olhar de Happy e seu dono para o céu noturno traz uma doçura visual que te dá um certo conforto até mesmo seus momentos mais tristes, é uma história emocionante e bem desenvolvida. A chave para tudo isso é o seu protagonista, pois vemos toda a jornada do dono através de uma perspectiva canina, que mais parece o olhar de uma criança. A falha trágica  do dono de Happy prova a sua incapacidade (ou talvez falta de vontade) de se adaptar ao mundo em transformação ao seu redor, coisa bastante comum no mundo em que vivemos, afinal, já é normal ver pessoas de mais idade tendo grandes dificuldades para se levantarem depois dos problemas. No entanto, ironicamente, é a constância de seu cachorro, que fornece a sua salvação. “Eu perdi tudo”, o homem diz a seu companheiro em um dado momento “mas como você sentado ao meu lado, estou estranhamente feliz.”

A pequena história termina e temos uma segunda, chamada “Girassóis” (relacionada com a primeira) sobre um homem chamado Okutsu, um agente social que irá resolver um caso sobre um homem e seu cão. Nisto ele pensa em sua própria vida e lembra de seu cão, e pensa o quanto o amava .Neste conto vemos a explicação sobre o título do mangá.